Remate de Letra é um espaço de opinião semanal
Samu é o jogador mais caro de sempre em Portugal. Nada que eu não tivesse antecipado em agosto do ano passado, quando o FC Porto anunciou a contratação do avançado espanhol por 15 milhões de euros — as cláusulas de opção pelos restantes direitos económicos, porque os dragões só compraram 50 por cento, atiravam o preço total para os 32,3 milhões. Villas-Boas conseguiu desconto de 300 mil, mas aceitou pagar 32 milhões por um ponta de lança que rendeu menos que Gyokeres ou Pavlidis na última época. Quer isso dizer que Samu não vale aqueles milhões todos? Não necessariamente. Em primeiro lugar, tem 21 anos; Pavlidis tem 26 e Gyokeres 27. Não só tem um potencial de evolução maior como, já se viu, o valor de mercado dos jogadores cai abruptamente a partir dos 25. Depois, já chegou à seleção espanhola, uma das melhores do Mundo, onde pode não ser titular, mas será opção muitas vezes. Mas mais do que isso, os valores são um sinal dos tempos: os jogadores de 15 ou 20 milhões há dois anos custam agora o dobro, ou quase.
Mesmo assim, surpreendeu-me que o FC Porto avançasse já para a compra total dos direitos — a opção por 15 por cento do passe expirava só daqui a um ano, outros 20% nem estavam contratualizados, e o jogador assinou até 2029, estava mais que seguro. A única explicação é que o FC Porto esteja a pensar vendê-lo em
