Bem-vindos ao final do,

Quatro pessoas podem efetivamente ajudar Pedro Proença e Reinaldo Teixeira a tornar o ar mais respirável e entrarmos no Século 21 no que respeita à «indústria» e ao «negócio»
Começamos 2025/2026 exatamente da forma como terminámos 2024/2025: suspeição lançada sobre a arbitragem. Nestes dois casos implica Benfica e Sporting (ou vice-versa, não vá alguém achar que o sistema já chegou a estas páginas); noutros casos — recorrentes, frequentes e nunca erradicados —pode envolver também FC Porto e, mais recentemente, SC Braga. Claro que outros clubes pigarreiam , aqui e ali (a maior parte das vezes com razão, estes sim!), mas não têm projeção mediática.
Nos anos 80 e 90 do século passado esta era, praticamente, a única forma conhecida de gerir um clube de futebol e as emoções que tal comporta: ganhando-se estava tudo bem, não se ganhando o mal estaria sempre nos árbitros, no sistema, na corrupção, nas influências, nos estratagemas ilícitos, nos pequenos pecados do conluio.
Entretanto os tempos evoluíram: veio a transmissão televisiva frequente, o marketing, a comunicação, os direitos televisivos, as ligas profissionais noutros desportos e noutros países, a profissionalização da arbitragem, o fabuloso mundo digital, a universalização dos direitos dos jogadores, dos dirigentes, dos agentes e de mais uns entes.
Nas mesas de reuniões fala-se em «indústria», «produto», «exportação», «negócio». Sendo que raramente se chega a qualquer conclusão, como se vê pelo ponto em que está o projeto de centralização de direitos televisivos que terá de ser entregue ao Governo dentro de onze meses.
E o que vemos, na verdade, no arranque da nova época?
Uma extrema exaltação do Benfica com a nomeação do árbitro para a Supertaça de amanhã, a pegar nos ares que ainda sopravam do final da época passada sobre a arbitragem da final da Taça, por sinal à boleia de outras vozes do universo encarnado que se manifestaram antecipadamente nas redes sociais. Como se vivêssemos nos anos 80 ou 90 do século passado, a suspeição está lançada antes de a bola começar a rolar.
Cabe essencialmente a quatro protagonistas do futebol ajudarem Pedro Proença (presidente da FPF ) e Reinaldo Teixeira (presidente da Liga) a tornar este ar mais respirável e a «indústria» mais «vendável». Chamam-se Frederico Varandas, Rui Costa, André Villas-Boas e António Salvador, por ordem classificativa da época transata. Se eles quiserem, tudo correrá melhor. Se continuarem assim, tudo será como no Século 20.