Sporting

A dolorosa vida depois de,

Época 2025/26 arranca a vermelho, mas esta Supertaça não vai deixar saudades. Vazio de ideias em Sporting e Benfica e todo um novo mundo para o leão conhecer sem o homem da máscara

As expectativas eram altas, mas os adeptos que foram ao Estádio Algarve ou ligaram a televisão para seguirem o terceiro dérbi decisivo, depois da penúltima jornada da Liga e final da Taça de Portugal da época passada, saíram defraudados, tamanha foi a incapacidade mostrada pelas duas equipas para proporcionar um jogo minimamente agradável.

Depois do falhanço nos dois dérbis frente ao Sporting na reta final de 2024/25 e de os folhetins Thiago Almada e João Félix terem saído pela culatra, era fundamental, para Bruno Lage, que a equipa deixasse outra imagem e mostrasse que este é, de facto, um novo Benfica. Mas não foi o que aconteceu, já que, depois de uma boa primeira parte frente ao Fenerbahçe (Eusébio Cup), Bruno Lage deixou cair o elemento diferenciador desses 45 minutos — João Veloso — para, com Leandro Barreiro, deixar a equipa presa e com enorme dificuldade em encontrar os caminhos para a baliza.

É evidente que esta é ainda uma águia incompleta e que precisa de uma grande injeção de qualidade para o último terço, já que perdeu Di María, um dos poucos fantasistas e capazes de ver para lá do óbvio, e não entrou ninguém. Falta-lhe rasgo e Pavlidis foi um oásis, decidindo o jogo num lance em que Rui Silva deu uma ajuda. Terá respirado fundo e de alívio Bruno Lage assim que Fábio Veríssimo fez soar o último apito, mas o Benfica terá de ter outro andamento se não quiser ter surpresas no caminho para a fase de liga da Champions.

No leão, Rui Borges quer arrumar de vez com a versão Ruben Amorim e por isso está a trazer de volta o 4x2x3x1 que já tinha tentado implementar quando agarrou na equipa, no final do ano passado. Depois da dobradinha, é legítimo que o queira fazer, mas alterar de forma tão drástica as rotinas que este plantel já conhecia de trás para a frente ao mesmo tempo que a equipa se viu privada de um dos melhores jogadores da sua história — representando somente 97 golos em 102 jogos — poderá ser um passo demasiado grande para se dar neste momento. Será duro o caminho depois de Gyokeres, o portento que decidia quando a equipa não aparecia até porque Harder, ontem, mostrou-se muito trapalhão.

P.S. André Villas-Boas terá certamente sorrido ao saber da condenação de Fernando Madureira na Operação Pretoriano. Teve coragem para o enfrentar e finalmente houve coragem para colocar atrás das grades uma pessoa nociva para o futebol português, que precisa de paz.

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