Benfica

Luís Filipe Vieira está como Gyokeres

Esperava-se algo de concreto na entrevista publicada este sábado. Porém, o antigo presidente do Benfica limita-se a lançar uma série de «ses» e mantém o tabu vivo. Contas feitas, é só ruído

Candidata-se ou não? O tabu foi criado, continua em estado de manutenção e, como todos os mistérios, chama a atenção constantemente. Até este sábado, era apenas uma ideia que ia circulando nos corredores, um diz que disse, um rumor que ia ganhando força à medida que fontes próximas de Luís Filipe Vieira davam conta da preparação do homem que conduziu os destinos do Benfica entre 2003 e 2021 para uma eventual candidatura ao cargo que perdeu para Rui Costa, na secretaria — e, neste ponto, sublinha-se secretaria porque a verdade é que nunca houve um confronto eleitoral entre Rui e Vieira, eles que durante tantos anos conviveram nos gabinetes e nos corredores da Luz.

Isto era até sábado porque, depois de sábado, continua… igual. Aguardava-se com alguma expectativa a primeira entrevista em muito tempo do antigo dirigente máximo das águias e, em particular, a primeira desde que o tal rumor de eventual candidatura começou a rolar há pouco menos de um mês.

Porém, do que foi dito por Luís Filipe Vieira e publicado no Correio da Manhã, pouco ou nada de novo se consegue extrair.

Aliás, o que se extrai é a ideia de que Vieira não ata nem desata (já parece o negócio da transferência de Gyokeres para o Arsenal), não assume se é candidato ou não, espera não se percebe muito bem pelo quê, adia uma vez mais qualquer decisão.

Uma entrevista com respostas cheias de «ses», que, em períodos eleitorais sensíveis, em que se exige elevação e clareza, nada acrescentam à discussão, Vieira continua a caminhada de ruído, provocação e ataque. Não esquece aquilo que considerou uma traição de Rui Costa, quando o atual presidente, no seu primeiro discurso de tomada de posse, se esqueceu de mencioná-lo e, apesar dos seus 76 anos que evidenciariam mais ponderação, mantém a sua busca de vingança institucional.

Dificilmente assumirá uma candidatura concreta, forte e vencedora, tendo em conta que permanece envolto em processos na Justiça. O julgamento da Operação Lex, por exemplo, tem início marcado para outubro e as eleições do Benfica, recorde-se, são a 25 desse mês…

Lê-se o que disse na entrevista mencionada e nada de concreto se consegue extrair. Contas feitas, é só ruído que vai alimentando a especulação e marcando a agenda, inevitavelmente, também, a dos cinco candidatos já oficializados.

Em suma, a montanha pariu um rato

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